tag:blogger.com,1999:blog-50543827107036642062024-03-05T17:23:55.161-08:00Me vi escrevendo (Patricia Amorim)um rabisco rupestrePATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.comBlogger51125tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-50303274744478153402020-10-12T15:22:00.002-07:002020-10-16T08:53:00.215-07:00<p> <b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mudanças</span></b></p><p><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b></p><p><b></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWJUz5yYmXc2XSQXsMo2LkxjTjIoA5WKrrHOXvLpFtmizrthraWClEbSL3mlU5gxj6r6NS0FsDhQWmB0qOthIYzv9a0eI3q0s14RmUyt8B2pqHb36dOV7W32Czi0DR19hApOy8n0J7wPo/s500/13+-+80" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWJUz5yYmXc2XSQXsMo2LkxjTjIoA5WKrrHOXvLpFtmizrthraWClEbSL3mlU5gxj6r6NS0FsDhQWmB0qOthIYzv9a0eI3q0s14RmUyt8B2pqHb36dOV7W32Czi0DR19hApOy8n0J7wPo/s320/13+-+80" /></a></b></div><b><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b><p></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">As mudanças, sejam aquelas forçadas pela vida ou as espontaneamente escolhidas, sempre nos levam a grandes experiências. A primeira acontece quando saímos daquele ambiente agasalhado e aprazível para um mundo nebuloso e cobrador.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Gosto das mudanças que somam, fazem crescer e trazem sentido nessa viagem que nada mais é do que um autoconhecimento. Sim, mudamos para nos conhecer melhor. Mudamos de idéia, de sexo, de lugar, de sentidos, de sentimentos, de pessoas. Mudar é atravessar, é aceitar o que não foi combinado, é nos dificultar as respostas das perguntas de sempre. Mudar é, sobretudo, um ato de coragem que requer muita ação e algum medo. E tudo começa quando nos rendemos a um desejo. Desejar é o ato preliminar do movimento. Há que se lançar um olhar atencioso e preguiçoso ao objeto desejado, analisá-lo cuidadosamente para não tropeçar no deslocamento a frente. Mudar requer planejamento de tempo - se for rápido demais, desanda, se for vagaroso, se perde e se congela na vontade.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Aprendi que a mudança feita a dois requer uma atenção redobrada. É como um plano de negócios onde se avalia os riscos e as garantias. Alcançar a mudança do outro é uma tarefa incessante de observação da alma, do pensamento, das atitudes, do silêncio e das palavras. É, em algumas situações, entender que o movimento é só seu e que não deve estar atrelado ao do outro. Perceber a mudança com o outro e do outro é saber que não há perdas, mas outros ganhos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mudar, afinal, traz algo de mágico, um quê de esperança na inércia, uma sobriedade diante da embriaguez da incerteza. É, sem dúvida, uma batalha que engrandece. É transformadora. Deixa pra traz o que ficou apertado e te convida a experimentar outros figurinos sem que se perca o fio da essência. É um ato de fé, de saber que fizemos o melhor, mas que ainda há muito por fazer.</span></p>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-79058146306568035412020-08-02T10:13:00.008-07:002020-10-02T09:33:40.203-07:002020 - as novas roupas quando o mundo parou<p align="center" class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="1414" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF4bAg4V_7KVDYsLiOrSiFav6QIjDNWU13U6BynHsriEdIsxk_3APZuB82UM1l2pm890RTO6K7oq8GtOpmi6wQ89J4gjtsK7jB3pmNiVATCw0GppC5XqPS-vJuVydp890MSp35SCV1fpA/s640/FB_IMG_1465396054772.jpg" width="640" /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"> Acordo. Observo ao redor sem saber se a roupa do dia será de desânimo ou de alegria. Os dias seguem assim – ora oração, ora reclamação. Levanto com meu pijama sem nome e paro, como de costume, no meu oratório. As conversas passaram a ser tão longas que se fez necessário a encomenda de um genuflexório. O marceneiro, um senhor esguio e muito católico, comovido pela urgência das minhas conversas com o Divino, confeccionou meu pedido em admiráveis dois dias. E assim, me ajoelho em respeito aos santos e anjos que ali me guardam, e peço, canto e escuto a belíssima prece escrita por Fernando Pessoa na voz da Maria Bethânia. Choro. Sempre choro quando rezo. Minha fé, sempre inabalável, nunca esteve tão próxima; e minha casa, meu templo sagrado. Os cheiros que nela imprimi, continuam, mas os dos amigos, sumiram. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"> Meu repertório musical nunca esteve tão oscilante. As vezes acordo com um flanco engraçado onde só cabe Martinália e afins; outros dias, me visto de linho branco e passo o dia tomando chá de boldo com os anjos em uma linda sala envidraça ao som dos cânticos gregorianos. </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"> Penso que viver é um pouco mais do que simplesmente continuar tentando. Meu crescimento sempre fora feito de remorsos, mas nesses tempos incertos, ganhou um certo sofrimento e muito reconhecimento. Inexplicavelmente os dias voam como lampejos enlouquecidos. Invento sotaques diferentes para ser múltipla, troco as cores das paredes dos quartos, mudo os quadros de lugar, arrumo as roupas já arrumadas e fujo como nunca das perguntas que me desconectam de alguma certeza que já tive. Somos um grão de poeira feitos de arrogância e de medo. Mas sigamos, pois somos seres deslumbrantes de diversas maneiras.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"> Olho pela janela. O tempo é uma ideia que só existe quando o desejo acaba. Sim, sou uma mentirosa que não menti e que deseja fugir sem sair de casa. Fugir da saudade de mim. Abro o armário. As roupas me espreitam. Oxalá hoje me vista de gratidão.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 10pt;"> </span></p>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0R. Interna, Taquara - RS, 95600-000, Brasil-29.6747374 -50.7388685-31.572239345799389 -52.936134125 -27.777235454200614 -48.541602875tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-495654254593378552012-03-15T16:31:00.002-07:002012-03-15T16:31:25.519-07:00Nós da vida<br />
<i>Não espero nada dos amigos,</i><br />
<i>apenas a sorte de tê-los comigo.</i><br />
<i>Não espero nada dos familiares,</i><br />
<i>a não ser a paz em seus olhares.</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8nK_3YXpx_OP3q61CgG4l4fsdgWzghdWS2XyzaZz2eijPlmPo-i_fvMLmPa5vP9_w1yuCNUCOIUMbMk-2KYF5hZog_bWKDFyLm7n8lnffSTvZhg32dXXfmO5Mz-MDNM3Le88LmuUqeiY/s1600/tapetes-57+n%C3%B31.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8nK_3YXpx_OP3q61CgG4l4fsdgWzghdWS2XyzaZz2eijPlmPo-i_fvMLmPa5vP9_w1yuCNUCOIUMbMk-2KYF5hZog_bWKDFyLm7n8lnffSTvZhg32dXXfmO5Mz-MDNM3Le88LmuUqeiY/s320/tapetes-57+n%C3%B31.jpg" width="320" /></a><i>Mas espero da lembrança,</i><br />
<i>sempre rica em cobrança,</i><br />
<i>momentos de branca lucidez;</i><br />
<i>trago junto toda a insensatez,</i><br />
<i>carrego momentos de morbidez;</i><br />
<i>são poucos, eu sei.</i><br />
<i>Lembro dos beijos que não dei,</i><br />
<i>dos abraços pelos quais esperei,</i><br />
<i>das desculpas que não escutei;</i><br />
<i>são os nós da vida, já falei.</i><br />
<i>Uns, têm laços de fita de cetim,</i><br />
<i>outros, barbantes baratos de botequim.</i><br />
<i>Importantes ou não,</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8nK_3YXpx_OP3q61CgG4l4fsdgWzghdWS2XyzaZz2eijPlmPo-i_fvMLmPa5vP9_w1yuCNUCOIUMbMk-2KYF5hZog_bWKDFyLm7n8lnffSTvZhg32dXXfmO5Mz-MDNM3Le88LmuUqeiY/s1600/tapetes-57+n%C3%B31.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><i></i></a><i>todos têm o seu nó,</i><br />
<i>que o tempo vira pó.</i><br />
<br />PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-11380980340623907972012-03-09T11:22:00.001-08:002019-09-20T12:14:55.929-07:00A astronauta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy9CFmC0X9fqd3-UZVr4v6C2Jy72_2CoonPjJU4WpSCYU4rD6JlXwHfW_IJlNoDFuFOHWoiw164uqE9p_Zqp0KFGKjzw1bWBXLqlX4F6E2Pl09BQXER1_2VA_p36nwcIR-aUN3ZXsuOTc/s1600/1252191904+astronauta.gif" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy9CFmC0X9fqd3-UZVr4v6C2Jy72_2CoonPjJU4WpSCYU4rD6JlXwHfW_IJlNoDFuFOHWoiw164uqE9p_Zqp0KFGKjzw1bWBXLqlX4F6E2Pl09BQXER1_2VA_p36nwcIR-aUN3ZXsuOTc/s320/1252191904+astronauta.gif" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Quando
criança, transbordava em criatividade e determinação: seria astronauta. As
pessoas riam. Ficava confusa: adulto tem algo de desordenado. Queria ver as
estrelas de perto e a Terra de longe. Nada mais real e distante.</span></i><br />
<a name='more'></a><i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> </span><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14pt;">Vinte de julho de 1969. Sentados no sofá verde de
plástico em nossa casa de praia, olhávamos atentos o chuvisco da televisão em
preto e branco na hora programada. A televisão era tão pequena que o fabricante
preferiu esquecer a antena. Às vezes um tapinha em cima, outro do lado, e tudo
ficava mais ou menos arrumado. De minha boca nenhuma voz saía e nenhum gesto
fazia. Sentia-me impotente à espera de ver meu sonho projetado naquele
quadrado: seria tudo aquilo de verdade? Lógico! Só adulto pensaria o contrário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14pt;">De repente o esperado: Apollo 11 desceu com suas
garras afiadas fincando magia na Lua. Na Lua! Naquele instante não se fazia
mais necessário o ar para viver, somente meus olhos para ver. Parecia um filme
de ficção na televisão que chovia e eu em total estado de paralisia. A porta se
abriu e dela saiu Neil Armstrong com seus pés quadrados, deixando os meus
completamente chatos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-size: 14pt;">“Este é o pequeno passo para o homem, mas um salto
gigantesco para a humanidade.” </span></i><span style="font-size: 14pt;">Havia
decorado àquela frase maravilhosa ou fora apenas um arroubo de inspiração
alucinado? Não importava. Meu coração entrou em órbita. Meus olhos, de tanto
olhar, imaginar e não piscar, secaram. Armstrong pulava como um coelho da
Páscoa, um bêbado apaixonado e eu ali, fixa em uma terra com tudo grudado pela
física, enquanto que minha cabeça fazia o caminho inverso da maçã de Newton. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14pt;">Foi fincada uma bandeira. <i>Ô, ô, por essa eu não
esperava</i> - pensei acanhada. <i>Vamos com
calma Sr Astronauta, pois a Lua não tem dono e nem dono de nada somos.</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14pt;">Foi um dia anormal: o homem pisara na lua. Na lua!
Olhei-a mais tarde: ainda estariam por lá? Seria o mesmo horário? Minha
convicção aumentava. Meu futuro estava na lá no alto, em Armstrong, em outras
galáxias, e em tudo que havia visto dentro daquela televisão que chorava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14pt;">Levantei emocionada. Era muita realização pessoal
sendo transferida para o corpo daquele astronauta com sua espaçonave de metal.
Fui até à janela e olhei o céu: meu Deus, Jesus Cristinho, feiticeira Samantha,
Gine - você que é um gênio - me dêem a chance da transformação mental, àquela
que me transformará em alguém espacial! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14pt;">Os anos se passaram sem que eu soubesse por onde
realizar meu sonho acalentado. A vida me apontou outro caminho mais terráqueo, um
pouco vazio e cheio de vales sozinhos. Mas...o que haveria de ser mais real e
significativo do que pisar na Lua? O que poderia ser mais concreto do que
poder nos ver de uma perspectiva tão incerta?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 177.0pt;">
<span style="font-size: 14pt;"> <i>A Terra é azul.<o:p></o:p></i></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: 14pt;"> A <st1:dm w:st="on">Lua</st1:dm>, continua.<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: 14pt;"> O homem é lunático.<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: 14pt;"> Meu sonho,
não nego:<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: 14pt;">Foi belo!<o:p></o:p></span></i></div>
PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-61502710702919857952012-02-25T08:51:00.003-08:002012-02-25T08:51:44.637-08:00A Visita<br />
Todos dormem na casa da praia<br />
E eu recebo aqui na sala<br />
O filho de Deus.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsPqPLBr3cC-YOGcsl6XysqyJ_iFqaoHIv5weSdxVtAuCumZIkmLlyzZsEqY9l4Yznq3BLeFH9EEAZhHI-No3hHGcY7oDsgKcaRxYAvSnD-brF2_mRF1-11_w3ZrscT9n6Zf81embz3ag/s1600/14155925_dacea50001.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsPqPLBr3cC-YOGcsl6XysqyJ_iFqaoHIv5weSdxVtAuCumZIkmLlyzZsEqY9l4Yznq3BLeFH9EEAZhHI-No3hHGcY7oDsgKcaRxYAvSnD-brF2_mRF1-11_w3ZrscT9n6Zf81embz3ag/s320/14155925_dacea50001.jpg" width="245" /></a>A luz baça se incendeia em clarão<br />
É Ele que brilha em Seus elétrons<br />
Muito mais que dez sóis.<br />
Falo-lhe de minha família que dorme<br />
Ele sorri - que durmam<br />
Falo-lhe de José e Maria<br />
Tão lindos no filme de Zefirelli<br />
Ele sorri - agradecido<br />
Falo-lhe da criação do Seu Pai:<br />
A Natureza - falo do sol, da praia,<br />
Da angra serena que ali está<br />
Há tantos milhões de anos<br />
Ele sorri - feliz<br />
Falo da vida, dos sonhos, da fé<br />
Ele sorri - ainda<br />
Aí falo dos homens, das guerras<br />
Que não param, ora aqui, ora ali<br />
Falo das usinas nucleares, ogivas,<br />
Falo de tantos sem nada, outros com tanto<br />
Falo de palácios e barracos<br />
De suítes e de quartos de empregadas<br />
Falo de dietas de baixa caloria e da fome total.<br />
Falo de secas e de enchentes<br />
Falo de segurança, falo de petróleo<br />
Falo de álcool e de vinhoto<br />
Nos rios e lagoas - falo da produção<br />
E do supérfluo,<br />
E aí,<br />
Ele estende Seus dedos para que me cale<br />
E sorri - com lágrimas nos olhos.<br />
<div>
<br /></div>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-22489066808377763862011-09-15T10:59:00.000-07:002011-09-16T11:32:36.402-07:00Uma rede na parede<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQdfA3XpFSvprfQihvrTjoJg7jO6Zf4S9pdxuZhuNC8Sh-Nwrob8q6dodcu-zIVGrksl8860UbfJPPVKo5TzQg4tSaAMBEDkC5fAG8n3-OdLIcqBDYTPIYd6v7vIZ9N8y-vLodJpX0ckg/s1600/61.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQdfA3XpFSvprfQihvrTjoJg7jO6Zf4S9pdxuZhuNC8Sh-Nwrob8q6dodcu-zIVGrksl8860UbfJPPVKo5TzQg4tSaAMBEDkC5fAG8n3-OdLIcqBDYTPIYd6v7vIZ9N8y-vLodJpX0ckg/s320/61.jpg" width="320" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-size: 12px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entrei pela porta dos fundos. Era uma casa modesta. Ao final do corredor havia uma sala. Uma sala com uma rede de pescador. Uma rede de pescador presa à parede no final do corredor. Na rede havia estrelas do mar, Iemanjá e cavalo marinho. Tudo junto com cheiro de maresia. Fiquei encantada com tamanha imaginação.</span></span><br /><a name='more'></a><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"> O casal, sempre risonho, me deixava ver a rede em tons de verde. Olhava para ela e imaginava que, depois de tão cansada de pegar peixe, se aposentara na parede. Acordei um dia e o casal havia ido embora. Vendera a casa. E a rede? Corri para a porta da frente. Olhei através da janela envidraçada e procurei a parede que ficava a rede engraçada. Nada. A rede saiu da parede e ficou presa na minha mente. A rede com seus enfeites foram embora, mas o cachorro ficara. Levaram tudo que era morto, mas o cachorro vivo, ficou perdido. Ainda escuto seu uivo tristonho e comprido. Uivava perto da minha janela e eu, ali com pena, apenas sentia sua melancolia. Rejeitava água e comida boa. Morreu de tristeza, me falaram. Foi quando soube que, de tristeza, também se morria. Um dia, meus pais me levaram para conhecer a nova casa do casal da rede. Felizes, mostraram outros bichos de estimação. Havia um papagaio, ou era uma arara, ou quem sabe um tucano. Não dei atenção. Queria falar-lhes do cachorro, mas com medo de ser repreendida, calei-me e fitei-os sem direção. Pobre cachorro. Como será que a tristeza mata? Olhei a rede na parede. Desejei que ela abraçasse os donos com seus pássaros e os levassem para o fundo do mar. Quem sabe, se na morte, não encontrariam o cachorro tristonho e entenderiam que a tristeza, quando ataca a alma, traz uivos incontroláveis, quebrando meu sono no meio da noite. Pobre cachorrinho. Nem seu nome eu sabia.</span>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-68762133799994245342011-09-15T10:13:00.001-07:002011-09-16T11:59:16.193-07:00Verde e Branco<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"></span></st2:verbetes></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw-Vo2lA24is-Es_bFhvzomsG1z6iUwEmNwP9QJc2YWi9iSaSoYCRksjfbgLFjumdqvrrg9ss1GoynEUIZOPgoTP6cNrMgbLGGG5MZbDkPiT-UAm0t8Fn44nBeyxoUmDKPTJuFr-pjcGU/s1600/34.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw-Vo2lA24is-Es_bFhvzomsG1z6iUwEmNwP9QJc2YWi9iSaSoYCRksjfbgLFjumdqvrrg9ss1GoynEUIZOPgoTP6cNrMgbLGGG5MZbDkPiT-UAm0t8Fn44nBeyxoUmDKPTJuFr-pjcGU/s320/34.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"><br /></span></st2:verbetes></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"><br /></span></st2:verbetes></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Minha</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">mãe</st2:verbetes> dá <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st1:dm st="on">grito</st1:dm> ao <st1:dm st="on">telefone</st1:dm>. <st2:verbetes st="on">Susto</st2:verbetes>.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Olho</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> no <st2:verbetes st="on">corredor</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Minha</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mãe</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">chora</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Desliga e sorri aliviada. <st1:dm st="on">Confusão</st1:dm>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Depois</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> diz: <st2:verbetes st="on"><i>seu</i></st2:verbetes><i> <st2:verbetes st="on">pai</st2:verbetes> comprou a <st2:verbetes st="on">casa</st2:verbetes></i>. <st2:verbetes st="on">Diversão</st2:verbetes>.</span><br />
<a name='more'></a><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Era</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> uma <st2:verbetes st="on">casa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pequena</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Pouca</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">luz</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Sem</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">antena</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">O <st2:verbetes st="on">homem</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> a vendeu <st2:verbetes st="on">só</st2:verbetes> levou o <st2:verbetes st="on">violão</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Problema</st2:verbetes> de estimação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Tinha</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">telhas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">outrora</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">fortes</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">já</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> agüentavam <st2:verbetes st="on">chuvas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">nem</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">ventos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">fortes</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Minha</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">mãe</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">meu</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pai</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">minha</st2:verbetes> irmã rezavam <st3:sinonimos st="on">pra</st3:sinonimos> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> <st1:hm st="on">chover</st1:hm>;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Enquanto</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">eu</st2:verbetes>...<st1:dm st="on">bem</st1:dm>, <st2:verbetes st="on">eu</st2:verbetes> dançava a <st2:verbetes st="on">dança</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">índios</st2:verbetes> pro <st2:verbetes st="on">toró</st2:verbetes> <st1:hm st="on">descer</st1:hm> e a <st2:verbetes st="on">farra</st2:verbetes> <st1:hm st="on">fazer</st1:hm>. <st2:verbetes st="on">Quando</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">ela</st2:verbetes> chegava, <st2:verbetes st="on">minha</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mãe</st2:verbetes> gritava: <i>tragam os <st2:verbetes st="on">baldes</st2:verbetes>! Empurrem <st2:verbetes st="on">este</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">móvel</st2:verbetes> <st1:dm st="on">para</st1:dm> <st2:verbetes st="on">cá</st2:verbetes> e a <st1:dm st="on">cama</st1:dm> <st1:dm st="on">para</st1:dm> <st2:verbetes st="on">lá</st2:verbetes>!<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Na <st2:verbetes st="on">minha</st2:verbetes> <st3:sinonimos st="on">pequenez</st3:sinonimos>, pensava: <st2:verbetes st="on">melhor</st2:verbetes> <st1:hm st="on">ficar</st1:hm> <st2:verbetes st="on">lá</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">fora</st2:verbetes> pro <st2:verbetes st="on">banho</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> <st1:hdm st="on">ter</st1:hdm> <st2:verbetes st="on">mais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">hora</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Ah, e as <st2:verbetes st="on">estrelas</st2:verbetes>...essas brilhavam <st2:verbetes st="on">tanto</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> a <st1:dm st="on">lua</st1:dm>, <st2:verbetes st="on">cheia</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">ciúmes</st2:verbetes>, caía <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pranto</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">As <st2:verbetes st="on">casas</st2:verbetes> eram delimitadas <st2:verbetes st="on">por</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">graciosos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">muros</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">vegetação</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Nada</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> de <st2:verbetes st="on">cimento</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Tudo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">inocência</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Puro</st2:verbetes> <st1:dm st="on">contentamento</st1:dm>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Meu</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">pai</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">sempre</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">festeiro</st2:verbetes>, fazia de <st2:verbetes st="on">tudo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">grande</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">acontecimento</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Minha</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">mãe</st2:verbetes> se <st2:verbetes st="on">chama</st2:verbetes> Lúcia. A <st2:verbetes st="on">vizinha</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">também</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Meu</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">pai</st2:verbetes>, querendo <st2:verbetes st="on">festa</st2:verbetes>, abriu uma <st2:verbetes st="on">picada</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">muro</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">verde</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Pendurou uma <st2:verbetes st="on">placa</st2:verbetes>: “<st2:verbetes st="on">Passagem</st2:verbetes> das Lulu”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Motivo</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> de <st2:verbetes st="on">grande</st2:verbetes> euforia, teve <st2:verbetes st="on">banda</st2:verbetes> <st3:sinonimos st="on">pra</st3:sinonimos> <st2:verbetes st="on">picada</st2:verbetes>. Virou <st2:verbetes st="on">notícia</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">jornal</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">amigo</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Meu</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">vizinho</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">rapaz</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">bonito</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">rebelde</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">cabeludo</st2:verbetes>, tocava <st2:verbetes st="on">violão</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">amuleto</st2:verbetes>, e <st2:verbetes st="on">eu</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">sempre</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">metida</st2:verbetes>, fiz <st2:verbetes st="on">logo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">parte</st2:verbetes> daquele <st1:dm st="on">dueto</st1:dm>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Cantávamos <st2:verbetes st="on">Tom</st2:verbetes>, Vinícios, João Gilberto e Caetano. <st2:verbetes st="on">Só</st2:verbetes>? <st2:verbetes st="on">Hoje</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">me</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">espanto</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">À <st2:verbetes st="on">noite</st2:verbetes>, íamos à <st2:verbetes st="on">praia</st2:verbetes> <st1:hm st="on">pegar</st1:hm> <st2:verbetes st="on">siri</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">devidamente</st2:verbetes> aparelhados: <st2:verbetes st="on">baldes</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">lanternas</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">descalços</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Voltava <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">dedos</st2:verbetes> inchados. Amaldiçoava os <st2:verbetes st="on">pobres</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">coitados</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Depois</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> de fervidos, comia-os!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Enchia a <st2:verbetes st="on">pança</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Pura</st2:verbetes> <st1:dm st="on">vingança</st1:dm>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Observava Dorival Caymmi pescando. <st2:verbetes st="on">Rosto</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">manso</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Riso</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">largo</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Paciência</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">longa</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">A <st2:verbetes st="on">vegetação</st2:verbetes> deslizava <st2:verbetes st="on">pela</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">areia</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">praia</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Marido</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">mulher</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Verde</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">branco</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Lugar</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> encantado. <st1:dm st="on">Rio</st1:dm> das <st2:verbetes st="on">Ostras</st2:verbetes>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st1:dm st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Rio</span></st1:dm><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> tem <st2:verbetes st="on">mais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">ostra</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Lugar</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> reconheço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<st2:verbetes st="on"><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Mas</span></st2:verbetes><span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"> foi <st2:verbetes st="on">lá</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">realmente</st2:verbetes> vivi. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;">E vivi tantas <st2:verbetes st="on">histórias</st2:verbetes>...<st2:verbetes st="on">morro</st2:verbetes> de <st1:hm st="on">rir</st1:hm>.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #003366; font-family: Byington; font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-12186210853527912452011-04-20T14:39:00.000-07:002015-12-19T22:55:05.428-08:00Para alguém que não conheço<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9rVp3CqF6T3fDpIYc0HiILqFoTHf0hI8kYilv2Pw6LlJhKs3b18JMiJ2sRyoSnpsGKrbJANAkXrG-KmpoCPBOAfCkEV5VYD3fjd888_LBKLiRQHCGk8ocWFzufDZDruYOT51g4_Mwz6k/s1600/81.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5597785348271432130" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9rVp3CqF6T3fDpIYc0HiILqFoTHf0hI8kYilv2Pw6LlJhKs3b18JMiJ2sRyoSnpsGKrbJANAkXrG-KmpoCPBOAfCkEV5VYD3fjd888_LBKLiRQHCGk8ocWFzufDZDruYOT51g4_Mwz6k/s320/81.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: right; height: 320px; margin: 0 0 10px 10px; width: 260px;" /></a><br />
Quero brincar de esconde-esconde<br />
Pegar suas roupas emprestadas<br />
Dizer que amo seus pés<br />
Sentar no chão do banheiro enquanto você toma banho<br />
e massagear seu pescoço e beijar seu rosto<br />
Segurar sua mão e sair para andar<br />
Não ligar quando você comer a comida que acabei<br />
de fazer para mim<br />
Te encontrar numa lanchonete para falar sobre o dia,<br />
sobre o seu dia e rir da sua, da nossa paranóia<br />
E te dar cds que você não ouve, ver ótimos filmes, ver<br />
filmes horríveis.<br />
<br />
<br /><a name='more'></a><br />
Te contar sobre o programa de que assisti na noite anterior e não rir das suas piadas só para implicar<br />
Te querer pela manhã mas deixar você dormir mais um pouco<br />
Te dizer o quanto adoro seus olhos, sua boca, seu pescoço, seu tudo<br />
Me preocupar quando você está atrasada e me surpreender quando<br />
você chegar cedo<br />
Te dar girassóis e ir a sua festa e dançar<br />
Me arrepender quando estou errada e feliz quando você me perdoa<br />
<br />
Olhar suas fotos e querer ter te conhecido desde sempre<br />
Ouvir sua voz no meu ouvido<br />
Sentir sua pele na minha pele<br />
E ficar assustada quando você me irrita e te abraçar quando você estiver<br />
aflita e te apoiar quando você estiver magoada<br />
Te querer quando te cheiro e te irritar quando te toco e choramingar<br />
besteiras quando estou ao seu lado e choramingar quando não estou.<br />
Me debruçar no teu peito<br />
Te sufocar de noite e sentir frio quando você puxar o cobertor e sentir calor<br />
quando você não puxa<br />
Me derreter quando você sorri e me desarmar quando eu ri<br />
Mas não entender como você pode achar que estou rejeitando você quando eu<br />
não estou te rejeitando<br />
E me perguntar quem você é e te aceitar do mesmo jeito<br />
Te contar sobre os anjos da minha vida, sobre a história da menina que voou todo o oceano porque estava com saudades<br />
E te pedir em casamento e você dizer “não” de novo<br />
Mas continuar pedindo, porque, embora você ache que não era de verdade,<br />
mas sempre foi sério, desde a primeira vez que te pedi<br />
Andar pela cidade e pensar como é vazio sem você<br />
E querer o que você quiser, e pensar que devo contar o pior de mim,<br />
e tentar dar o melhor de mim, porque você não merece nada menos que isso<br />
Responder suas perguntas quando prefiro não responder e dizer a verdade mesmo<br />
que eu não queira e tentar ser honesta porque sei que você prefere e achar que tudo acabou<br />
E achar que tudo acabou mas esperar só mais dez minutos antes de me tirar da sua vida<br />
Esquecer quem sou e me deixar tentar chegar mais perto de você e, de alguma forma,<br />
compartilhar um pouco do irresistível, imortal, poderoso, incondicional, envolvente,<br />
enriquecedor, agregador, atual, infinito carinho que tenho por você.PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-20559367510071937392011-04-14T09:40:00.000-07:002011-10-17T04:52:55.599-07:00Espere por mim morena<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVG986O2SceK6M2C1aqXbC8OQJuAMJWYW7cJFI2vKSioGC2Qx2toec9vJOj-pQFYimSyMs5w6RxKC7rVujssyIvmqXhdJmfGqBXswIQIIGUoNY85AovmKKsKfuD-016iMgzUes_SnDlvc/s1600/Januaria___IV___40x50.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5595488450032057170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVG986O2SceK6M2C1aqXbC8OQJuAMJWYW7cJFI2vKSioGC2Qx2toec9vJOj-pQFYimSyMs5w6RxKC7rVujssyIvmqXhdJmfGqBXswIQIIGUoNY85AovmKKsKfuD-016iMgzUes_SnDlvc/s320/Januaria___IV___40x50.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 255px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a> Foi um verão diferente, daqueles que fica pra sempre. Uma moto entrou na cidade despertando curiosidade. A moto silenciosa e eu indiferente. Era tudo preto: o capacete, a roupa e o violão ao lado. Assustei-me com o homem da moto que parou para dar passagem. Tirou seu capacete preto e vi um homem bonito, já feito na vida. Seus olhos, de um azul transparente, casaram com os meus, trazendo emoções diferentes. Perguntou meu nome. <em>Patrícia, respondi suada. Menina bonita com nome bonito,</em> escutei calada<em>.</em> Acanhada, atravessei a rua agradecida em direção aos amigos que esperavam aborrecidos. Virei para olhar o homem bonito que me observava como se seu rumo houvesse perdido. Onde eu estivesse, aquela moto passava sem pressa, me olhando com olhos de mar e um sorriso de parar para pensar. Sentada na areia da praia, numa tarde nublada, senti a presença do homem da moto com o olhar em mim fixado. Pegou seu violão calado e tocou Espere por mim morena.Olhou-me sorrindo: <em>vou me congelar para te esperar</em>. Sorri de volta e o homem bonito caiu na estrada para nunca mais voltar. Tive vontade de conhecer o desconhecido que deixou um vazio no meu caminho; um caminho de mistério e magia que apenas pertencia à mulher que um dia me tornaria. Quando escuto àquela canção logo imagino que o homem bonito da moto preta e olhar de mar virá me buscar, será? <em><br /></em><br />
<br />
<a href="http://youtu.be/WQrA2UojTtQ">http://youtu.be/WQrA2UojTtQ</a><br />
<blockquote>
<span class="Apple-style-span" style="color: #330033;"><i><br /></i></span></blockquote>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-30179958527077327042011-03-16T14:56:00.000-07:002011-04-14T10:23:27.506-07:00FICA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfyMFS_vG2n4I2VusUHq6YyGUqtE4FPSFUQwXL_t5RqUsCqWy8ILL_2RU7z6GcESik3PBIbOyJCTk9Mv4H_4ZxIsOZAN358JVm_Gtmlv0-eK9VOy6IewzwTT4lyKCF5nCTeLCAfR4_62c/s1600/4646178689_1d51fa21eb.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5584802103345247634" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfyMFS_vG2n4I2VusUHq6YyGUqtE4FPSFUQwXL_t5RqUsCqWy8ILL_2RU7z6GcESik3PBIbOyJCTk9Mv4H_4ZxIsOZAN358JVm_Gtmlv0-eK9VOy6IewzwTT4lyKCF5nCTeLCAfR4_62c/s320/4646178689_1d51fa21eb.jpg" /></a> Fica, se te interessa. Nada tenho, nada posso oferecer, nem sequer emprestar; mas posso me doar. Fica. Entre nessa casa de areia, pise nesse chão agreste, abrigue-se no lado onde o sol demora e deite, em minha estrela celeste. De bens materiais nada poupei, pois não sou boa em juntar coisas que as mãos podem tocar. O que acha? Fica. Às vezes me recolho pra esquecer a parte que dói em minha alma; depois me deito pra ver o dia raiar e pintar, o que sobrou de amarelo. E então....fica? Gosto da dramaturgia e apelo para ela sem pensar; mas não se preocupe, é somente a atriz querendo interpretar, fugir do estado quase sempre penoso que é o de ser, o que se é. Fica. Sou ébrio do vinho, do mais barato que houver; e após me entorpecer com sua cor elegante e sentir que por ela as palavras se soltaram sem me olhar, aproveite esse momento, navegue no meu outro lado, namore meus versos pobres, entenda tudo o que não foi possível, permanecer por aqui. Fica.PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-67065765756299454192010-08-04T00:16:00.000-07:002010-08-04T00:17:26.620-07:00<object width="640" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/KHw7gdJ14uQ&hl=pt_BR&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/KHw7gdJ14uQ&hl=pt_BR&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-28671772013334900502010-07-08T09:39:00.000-07:002011-09-18T04:46:03.381-07:00MAPALU<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiehsrStOdECCBnsURcaJpFJf3SLHuclOWEoEkgZQnpkSRPeR3AHJePzhCbUulxg3YBtGN8tkpT1UtvtlwMXozjUvRgTTEwIGrAkC0nZ-VsNiaHkZ3xqufVBddXxqH5zBVB0m1_Wl_P_c/s1600/71.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5491576911257754418" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiehsrStOdECCBnsURcaJpFJf3SLHuclOWEoEkgZQnpkSRPeR3AHJePzhCbUulxg3YBtGN8tkpT1UtvtlwMXozjUvRgTTEwIGrAkC0nZ-VsNiaHkZ3xqufVBddXxqH5zBVB0m1_Wl_P_c/s320/71.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 282px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
Foi assim: meu pai, pescador por instinto, construiu um barco tão grande que cabia o céu, as estrelas e o infinito. Olhei aquele gigante branco com nome de gente: Ma-pa-lu, iniciais de Márcia, Patrícia e Lucia. Era uma família inteira dentro de um barco de madeira. Barco pra peixe grande: de salmão a cação, de cavala a pescada, todos de boca aberta pra virar refeição. Era barco de respeito, todo cromado, que só seria governado por um capitão e seu imediato.<br />
Nas ondas do mar naveguei com meu pai sempre ao lado. De sua boca saia tanta sabedoria que ficava arrepiada. Virei sua maruja, sua mais fiel coruja. Tomava conta das noites e dos dias de calor, sempre atenta as suas mudanças de humor. Seja humilde, seja humilde, porque sou bem maior – o mar me soprava em cada onda que passava.<br />
<em>Bombordo é o lado do coração e boreste o lado da razão. A proa é como um bebê que começa a andar: sempre para frente ; já a popa é o lugar do medo, quando recuamos, andamos para trás, lá atrás. Uma milha náutica equivale a 1,85 quilômetro. A velocidade dos ventos é dada em nós, medida equivalente à milhas náuticas por hora. Agora responda: 25 nós representa quantos quilômetros por hora?</em> Corria para o papel e respondia: <em>46 km/h? </em>Ninguém <em>haverá de encontrar maruja mais esperta como essa!, </em>meu pai dizia.<br />
Havia relatórios regulares de longitude e latitude, tudo muito complicado, mas não para minha cabeça fresca, sempre atenta a todos os cuidados. Vislumbrei, durante anos, as mais belas criaturas que o mar poderia gerar. Voei com as gaivotas, mergulhei com as baleias, balancei com a ventania. Meu pai era o meu capitão, meu timão, meu ar, e acima de tudo, o homem que me apresentara ao mar.<br />
À medida que avançávamos, meu pai se viu obrigado a recrutar pescadores: homens fortes com a pele tão grossa como um casco de uma tartaruga idosa. E, de repente, virei a mascote, a que tinha que ser protegida e alimentada, posição que amargurava calada. E, de repente, virei menina-mulher e já não podia mais andar de biquíni e nem à vontade perto dos olhos dos pescadores de short. Passaram a me olhar vagarosamente, debilmente, como algo novo, com vários contornos.<br />
Vi meu pai partir e eu ali: culpando meu corpo que não estava nem aí. Não podia mais me expor aos olhos do homem-pescador.<br />
Foi difícil aceitar a condição de maruja aposentada, fui exilada da fonte que levava e trazia meus sonhos. Fiquei inconsolável, até o dia em que um rapaz passou por mim despertando um interesse amável. Meu pai deu chilique, não gostou, mas só assim ficamos quites. Foi assim.<br />
<br />
<em><strong>“Il y a les vivantes, les morts et le marins”</strong></em><br />
<em>("Existem os vivos, os mortos e os marinheiros)<br /><strong>Victor Hugo</strong></em>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-32541894045994380592010-06-06T06:30:00.001-07:002019-09-20T11:44:04.862-07:00Anacoreta<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj37EERu_X5BfcYM6tLTcj4uhYx6wJx7DmVfQHD-EE4HohjjLD0I2bGEi9Yg2TtXnX37L7wZDiYU9O3u3gmVLsTFecCv-e8BGHg7sdh9SKkIchwPCmC_BVgKgPtKW3cNpJfjVrsFD8i5h8/s1600/13+-+69" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="632" data-original-width="481" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj37EERu_X5BfcYM6tLTcj4uhYx6wJx7DmVfQHD-EE4HohjjLD0I2bGEi9Yg2TtXnX37L7wZDiYU9O3u3gmVLsTFecCv-e8BGHg7sdh9SKkIchwPCmC_BVgKgPtKW3cNpJfjVrsFD8i5h8/s320/13+-+69" width="243" /></a>Serei uma anacoreta<br />
<br />
Um apêndice de uma igreja absoleta<br />
<br />
Jejuarei minha alma das aflições<br />
<br />
E ao silêncio dos ermitões.<br />
<br />
Vestirei-me de burel<br />
<br />
E oscilarei, entre o inferno e o céu.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-50211053875101508902010-05-07T09:48:00.000-07:002019-09-20T11:47:55.555-07:00Meio assim<br />
Hoje estou <br />
meio cansada<br />
meio reflexiva<br />
meio de saco cheio<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Uo-ApJ-HD047cqR9dEgkjlkPJmHxBEBCENF3_Q1dZItHoWH_tMYWcbiIBFfuVeblUs2UoI0GObcWc4Je8Wz_PIjIrQrkSaYsk3iyT3HHdbj2-W3jfv0r8VWEH0OJLFYBMxTJF9J6_hg/s1600/13+-+70" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="720" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Uo-ApJ-HD047cqR9dEgkjlkPJmHxBEBCENF3_Q1dZItHoWH_tMYWcbiIBFfuVeblUs2UoI0GObcWc4Je8Wz_PIjIrQrkSaYsk3iyT3HHdbj2-W3jfv0r8VWEH0OJLFYBMxTJF9J6_hg/s320/13+-+70" width="320" /></a></div>
meio morta<br />
meio viva<br />
meio-termo.<br />
E talvez fique assim<br />
até a meia noite<br />
ou até o meio dia<br />
sentada nesse meio-fio<br />
das minhas indecisões<br />
dentro desse meio-corpo<br />
analisando o meio-de-campo<br />
das minhas marcações.<br />
E,caso não encontre alguém<br />
nesse meio-tempo<br />
disposto a escutar<br />
coisas que nos deixam assim<br />
meio cabisbaixas e meio comovidas,<br />
ficarei aqui esperando<br />
nessa meia luz<br />
o clarão aparecer<br />
no meio desse meio-luto<br />
próprio das pessoas que andam assim...<br />
Pelo meio.PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-38731664597656972962009-12-29T12:33:00.000-08:002011-04-16T17:52:09.727-07:00Contra o vento<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUhm3gGRDItPoxWkjDDrCYYmPfck8fiY72w_wK97CIMvjHcnm7xtXObAwKIhfEOpOJRM3vMYYGi0ll8TC9PnRM2LDIRgUHf1LI3zwV2UBigtqcEnuT9VU5OFZFkYIUegzbdCBKaIfrIwY/s1600/images.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 225px; FLOAT: right; HEIGHT: 225px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5596344723060926354" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUhm3gGRDItPoxWkjDDrCYYmPfck8fiY72w_wK97CIMvjHcnm7xtXObAwKIhfEOpOJRM3vMYYGi0ll8TC9PnRM2LDIRgUHf1LI3zwV2UBigtqcEnuT9VU5OFZFkYIUegzbdCBKaIfrIwY/s320/images.jpg" /></a> <br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWdKu4MWtBaQ_nal384bcyz_BXUn_THqNehY4W8qdinsTieHL1A7qP9N-Cfr-wSGbBlwIF0JPAHZPp2jlrl3omXjHC_eeznNnPW76ICbG8yBWmMbeiZwSA6nCUwRBZzZcb0ezZIzu2oUQ/s1600-h/1478304589_c1f7f7d44c.jpg"></a><strong><em>Onde porei meus olhos para que não veja a nascente que deságua meu tormento? </em></strong></div><br /><div><strong><em>Em que parte te colocarei no pensamento para que eu descanse na outra parte onde não esteja? </em></strong></div><br /><div><strong><em>Não sei como enganar quem desejo </em></strong></div><br /><div><strong><em>Fico óbvia demais ao olhar-te contra o vento </em></strong></div><br /><div><strong><em>Passam dias, meses, passam anos </em></strong></div><br /><div><strong><em>E quanto mais longe fica, mais te vejo!</em></strong></div>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-26003141021622581682009-12-24T01:10:00.000-08:002009-12-26T03:53:44.094-08:00Desilusão<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDBPBA5PQl_LSnWE3RQbxc-yoeyJs5W1EISCT-3P2jEYnfCMXz_Np3qBQj53-CUPU9MDd99BSRKqJ4yyjoYt2bkCRR_TJLHbUKnYFmHbcdDQdmj-AQvrvoPFsBNOyaBLx7-PXBKljnSYM/s1600-h/3641562663_c87a2a1002.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 198px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDBPBA5PQl_LSnWE3RQbxc-yoeyJs5W1EISCT-3P2jEYnfCMXz_Np3qBQj53-CUPU9MDd99BSRKqJ4yyjoYt2bkCRR_TJLHbUKnYFmHbcdDQdmj-AQvrvoPFsBNOyaBLx7-PXBKljnSYM/s320/3641562663_c87a2a1002.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5418729461782069730" /></a><br />Vejo o tempo passar<br />nas horas, nos dias,<br />no meu rosto envelhecido.<br />Arrasto meus pés tortos<br />sem saber pra onde vão<br />muito menos se existo.<br />Meus caminhos são cinzentos,<br />escuros tormentos,<br />vazios em acontecimentos.<br />Não há luz nem gentileza,<br />sou uma ferida de tristeza.<br />Já não me sinto<br />e nem insisto em saber<br />se virei decepção.<br />E assim me desespero<br />em me ver aqui de pé,<br />e caída, por dentro.PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-14627330424339180412009-12-04T03:44:00.000-08:002019-09-20T11:52:10.735-07:00<br />
<div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPZq6aK_CDtJBefZYnhXuZ9T8o7XsupDyB17QnPHkWOOtwXjHdtAfRSXGqwykbzVhc4QOlRHuWg9-NfuU-xC11G66JR1dt04ryr_28BSw04YQCdDv0alTh4k6row_GfVN-c2IXuCEMaVg/s1600/13+-+66" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="720" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPZq6aK_CDtJBefZYnhXuZ9T8o7XsupDyB17QnPHkWOOtwXjHdtAfRSXGqwykbzVhc4QOlRHuWg9-NfuU-xC11G66JR1dt04ryr_28BSw04YQCdDv0alTh4k6row_GfVN-c2IXuCEMaVg/s320/13+-+66" width="320" /></a><em><span style="color: #990000; font-family: "trebuchet ms"; font-size: 100%;">Ó poderes irônicos dos céus!<br />Tenho a vida e dela o mais puro mel!<br />Mas não soube tirar proveito certo,<br />Arando vales e dias desertos.<br />Mas hei de vê-la um dia onde nela fui cega,<br />Deitando meu olhar em seu jardim de inverno,<br />E secarei meus olhos de suas chuvas eternas – ó vida bela!</span></em></div>
PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-89850867551511810272009-12-03T06:51:00.000-08:002019-09-20T12:07:53.440-07:00Felicidade é uma borboleta A felicidade não me pertence,<br />
Pertence a outro,<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6eXV2_EI7cpup-fNom0QQpr2Z0L6vpKxXMTAg_w0dPqm0YO1N0Th3Xr_FlLWoXh8wKpQyzWn84YCcCWa2wLMPmlsHJDsDS17Kk_aNPYzZ4rS8j3Mu5iBYjzqS7JJUlSLn5MGP1Iz6dcw/s1600/148709_339166782803894_732399299_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="539" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6eXV2_EI7cpup-fNom0QQpr2Z0L6vpKxXMTAg_w0dPqm0YO1N0Th3Xr_FlLWoXh8wKpQyzWn84YCcCWa2wLMPmlsHJDsDS17Kk_aNPYzZ4rS8j3Mu5iBYjzqS7JJUlSLn5MGP1Iz6dcw/s320/148709_339166782803894_732399299_n.jpg" width="319" /></a>Que não me pertence.<br />
Borboleteia,<br />
Pousa.<br />
Desperto,<br />
Olho mais perto:<br />
Voa,<br />
Voa...<br />
Pousa em minha alma,<br />
Faz cócegas,<br />
Esqueço dentro.<br />
Voa.<br />
Pousa em outro ombro,<br />
Fico atenta.<br />
Mero engano.<br />
Voa,<br />
Como voa....PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-71112106246109301472009-12-03T06:33:00.000-08:002009-12-03T06:36:39.688-08:00Ser depois<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQb_WkFF-2HoS3ztHE7J_EGyi8vBEteFL3k7bOi4QmjUHSSWp8-O77_saIuDhAovFIwoIX7lRy7GLPZC8jm0LCDr-VNWc-yEN1TPSV20etW2t4xdYlE-IgTnnAkwz0B5coXVKVOjz9RuY/s1600-h/503209982_97e7e71350.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 278px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5411018762686456882" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQb_WkFF-2HoS3ztHE7J_EGyi8vBEteFL3k7bOi4QmjUHSSWp8-O77_saIuDhAovFIwoIX7lRy7GLPZC8jm0LCDr-VNWc-yEN1TPSV20etW2t4xdYlE-IgTnnAkwz0B5coXVKVOjz9RuY/s320/503209982_97e7e71350.jpg" /></a><br /><div><em>Perdoe-me,<br />mas o poeta não nasce poeta.<br />O poeta apenas nasce<br />e depois, se poetiza.<br />Ressuscita a palavra cantando,<br />batendo, insistindo presença<br />na dor, no amor;<br />em seguida cuspida, pesada,<br />cortada e lapidada.<br />Perdoe-me,<br />mas ser poeta é ver com olhos<br />ao nascer, e não antes de.<br />É desconhecer a palavra,<br />ser concebido por ela,<br />e desabrochar, depois dela.<br />É dançar a mente,<br />arrumá-la constantemente,<br />como vício permanente.<br />Perdoe-me,<br />mas ser poeta,<br />é não parir sem ter gerado,<br />é saber-se dom depois do som,<br />é não dizer sem ter sentido,<br />e não sentir sem ter vivido.<br />Perdoe-me,<br />mas ser poeta, é ser depois.<br /></em></div>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-61069462191737500082009-09-30T06:37:00.000-07:002009-09-30T06:39:24.283-07:00Dor de Shopenhauer<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja2LYoQQZJKByQmYZYqc7DlL-WfsDwd5f11MKNif_7xbl5UX4OhQVnQJqNLv9gZ67RERb98Zpmod5E1Dw4_SSPPiVUICSYqfKmdC-za905MHYkfU4HQ4KNEcPsCrLUqeFx1yLe3cGcwHA/s1600-h/1609-1.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387254465809406722" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja2LYoQQZJKByQmYZYqc7DlL-WfsDwd5f11MKNif_7xbl5UX4OhQVnQJqNLv9gZ67RERb98Zpmod5E1Dw4_SSPPiVUICSYqfKmdC-za905MHYkfU4HQ4KNEcPsCrLUqeFx1yLe3cGcwHA/s320/1609-1.jpg" /></a><br /><div>Viver é ter vontade,<br />Vontade é sentir dor.<br />A falta vem da vontade,<br />Que aniquila o homem sofredor,<br />Sem saber que a falta dela,<br />É o caminho da verdade,<br />Da verdade interior. </div>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-8256700343226301172009-09-21T09:49:00.000-07:002009-09-21T09:53:33.283-07:00Vento de infância<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijNq4fRUhs2CwGM9R1YyPokkeXYmWOnrJFyFDyuQq2btdKKLqShk7h78o8T-ALbflAHAiVs3SnQt-p-j62jGkhGBeql9LN6w5-OAuxoyY5t3VgcYDCf4Rdt3UG2XtKl58fsesybV6pAjk/s1600-h/368625057_cf17a82de1.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 219px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5383964602074677682" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijNq4fRUhs2CwGM9R1YyPokkeXYmWOnrJFyFDyuQq2btdKKLqShk7h78o8T-ALbflAHAiVs3SnQt-p-j62jGkhGBeql9LN6w5-OAuxoyY5t3VgcYDCf4Rdt3UG2XtKl58fsesybV6pAjk/s320/368625057_cf17a82de1.jpg" /></a>E lá vinha o nordeste,<br />O mais irritante dos ventos,<br />(meu pai dizia)<br />Vinha a galope sorrindo,<br />Raspando minha pele, ferindo.<br />E lá vinha o nordeste,<br />Embaraçando o cabelo comprido,<br />Balançando as ondas roliças,<br />Levantando areias preguiçosas,<br />Despejando pessoas idosas.<br />E lá vinha o nordeste,<br />Estragando pescarias,<br />Levando barracas e iguarias,<br />Assustando as marias-farinha,<br />Acabando com nossa alegria.<br />E lá vinha o nordeste,<br />Batendo em meu corpo sem covardia;<br />Encarava-o com total apatia,<br />Desprezava sua gargalhada,<br />Travávamos uma grande batalha.<br />E lá vinha o nordeste....PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-85716690756887461562009-09-16T05:57:00.000-07:002009-12-03T06:56:50.241-08:00O que sei?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiANorOWX8qqUKNsWLaqV0ljdOr-Gm9yPopiu_i-PTzUUCzgDZnN_t3GyvYtYlQ4dxqcupAd_56dSgQCQXTid_Fw9j6pSDtMIRgpwAPlqP1bxpxYDtPmkcY-lTZGcgDzmL91L0lJiL7NAo/s1600-h/2312051693_34f0863f65.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 255px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5411023977717311202" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiANorOWX8qqUKNsWLaqV0ljdOr-Gm9yPopiu_i-PTzUUCzgDZnN_t3GyvYtYlQ4dxqcupAd_56dSgQCQXTid_Fw9j6pSDtMIRgpwAPlqP1bxpxYDtPmkcY-lTZGcgDzmL91L0lJiL7NAo/s320/2312051693_34f0863f65.jpg" /></a> Não sei como sei,<br />muitas coisas que sei;<br />simplesmente sei delas,<br />e elas não sabem de mim.<br />Se as coisas soubessem como as sei,<br />perguntariam como sei;<br />mas como explicá-las com palavras<br />se nem com elas entendi o que sei ?<br />Vou tateando assim o que sei,<br />sem notar que tanto sei,<br />das coisas que pouco sei,<br />de outras que nada sei.PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-41195986018694466392009-09-11T09:21:00.000-07:002009-09-11T09:29:34.005-07:00Fala Drummond!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoX8MMC1EdeKgX5sYLzxyXnP-RPerYDn0ZSGJGqF8ZNmKVf57RawfkhcVgjgQAq-otmWY3Bt_Vj_-TQdNIVfOThFUyeG3MbjJAgPaTl_7qxjBq4Kqj4Bn58F0FrJnRFZEFbnhNk_SfFXE/s1600-h/Carlos+Drummond.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 235px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380247747997895922" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoX8MMC1EdeKgX5sYLzxyXnP-RPerYDn0ZSGJGqF8ZNmKVf57RawfkhcVgjgQAq-otmWY3Bt_Vj_-TQdNIVfOThFUyeG3MbjJAgPaTl_7qxjBq4Kqj4Bn58F0FrJnRFZEFbnhNk_SfFXE/s320/Carlos+Drummond.jpg" /></a><br /><div><em>Escreveu um dia o poeta<br />que poesia não é só escrever<br />os sentimentos do momento,<br />já que estes, todos têm,<br />e vários os descrevem bem.<br />Solucione poeta, minha agonia,<br />e decifre a sua sabedoria:<br />Dizei-me Drummond,<br />o que é escrever poesia?<br /><br /></em></div>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-35443231046451644202009-09-11T09:19:00.001-07:002009-09-11T09:21:04.584-07:00Dor da criação<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsnYcLDsxzjOKcxObTFuD3hxKXjyS3V_3LyL9PNoe4RrqoYAmMiNOSBUveAUVar_Uc5c-S1xP17Mu5xEsK7TVj5q7hc8PojilSdFbCbLn8oaEoB1nHe2eRjh2E4XFPLuLByAAljE8nmuM/s1600-h/3904972569_1448032d68.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 301px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380245543966181170" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsnYcLDsxzjOKcxObTFuD3hxKXjyS3V_3LyL9PNoe4RrqoYAmMiNOSBUveAUVar_Uc5c-S1xP17Mu5xEsK7TVj5q7hc8PojilSdFbCbLn8oaEoB1nHe2eRjh2E4XFPLuLByAAljE8nmuM/s320/3904972569_1448032d68.jpg" /></a><em>Isolo-me para ser outra,<br />Na hora da criação.<br />Entendo a tragédia humana,<br />Ardo em sua chama,<br />Atolo em sua lama,<br />Aceito sua condição.<br />É quando esqueço que existo,<br />E me despeço das paixões,<br />Nos momentos em que me visto,<br />Das dores das confissões.</em>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5054382710703664206.post-17533970752911779512009-09-11T09:14:00.000-07:002009-09-11T09:17:34.933-07:00Um Passarinho (um rabisco dos meus 13 anos)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9gYbAJ2FEcs6AoXL3Upnv1nUjI0NbBhETO6rPdRdP06VCO8QhoGU9nrQ9thQiq9doWHXMSGfwQRpcct7iQ7yxLjajF8a_ginWPFXOP9NSf3bp68g1DQFxHFK0UOalADZhTWpoSAnTeDs/s1600-h/3502518058_ce2a12ced3.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 302px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380244620158421346" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9gYbAJ2FEcs6AoXL3Upnv1nUjI0NbBhETO6rPdRdP06VCO8QhoGU9nrQ9thQiq9doWHXMSGfwQRpcct7iQ7yxLjajF8a_ginWPFXOP9NSf3bp68g1DQFxHFK0UOalADZhTWpoSAnTeDs/s320/3502518058_ce2a12ced3.jpg" /></a><em>Um passarinho na janela,<br />olhou-me encabulado.<br />Olhei-o com simpatia,<br />sabia-o preocupado.<br />Menina, posso me alojar aqui?<br />Aonde pequenino?<br />Bem aqui, na sua janela;<br />é que sempre a vejo aberta,<br />e você escrevendo,<br />escrevendo sem parar;<br />e de tanto escrever e jogar fora<br />as pontas do seu lápis,<br />aprendi a pegá-las e guardar.<br />Para quê?<br />Para o meu ninho,<br />pois que o antigo caiu da outra janela,<br />da janela do vizinho.<br />Bateu a janela tão forte na minha casa,<br />que caiu sem sobrar um tiquinho.<br />Mas essa janela, depois de muito olhar,<br />sei que posso ficar.<br />Primeiro, para escutar suas histórias,<br />depois, para contar-lhe as minhas.</em>PATRICIA ROCHA DE AMORIMhttp://www.blogger.com/profile/07650243306742624073noreply@blogger.com1