Traição

Traí, traí sim.
Mas fique tranqüilo, meu amor,
Não foste a ti que traí,
Mas sim, a mim.
Traí com o meu corpo,
E, sendo assim,
Traí pouco.
Afinal, o que é um corpo,
A não ser sentidos,
Muitas vezes desprovidos?
Traí, traí sim.
Mas fique tranqüilo, meu amor,
Não foste a ti que traí;
Traí minha alma,
Pois que o corpo meu amor,
Este, apenas sente,
Enquanto que alma,
A alma, ressente.
Traí e traí tão fundo,
Que a traição virou pecado;
E se é pecado amar,
Desculpe, meu amor,
Traí pecando.
Mas fique tranqüilo,
Não foste a ti....

4 comentários:

  1. a carne rasgada ressentida pela alma roubada.

    Intenso teu poema.

    ResponderExcluir
  2. Patrícia,

    Parabéns pelo Poema!

    "E se é pecado amar,
    Desculpe, meu amor,
    Traí pecando."

    Traição por Amor!

    "Mas fique tranqüilo, meu amor,
    Não foste a ti que traí,"

    Um Beijo! Jorge X

    Jorge Xerxes · São Carlos (SP) · 25/11/2009 13:36

    ResponderExcluir
  3. Patricia, um belo poema de amor, em que usas os versos para compores um círculo, em que o que importa mesmo é a alma, a alma de uma poetisa! Já votei.

    Abilio Terra · Brasília (DF) · 26/11/2009 20:15

    ResponderExcluir
  4. Um poema difícil de escrever, esse. Falar de amor não é complicado.
    Neste caso o eu poético não fala de si somente, dos seus gostos e desgostos, pecados e absolvições. Empresta-se ao poema para falar do amor. E o faz bem feito. Suscita emoção e pensamento.
    Dez!

    bjs e votos

    sr · Rio de Janeiro (RJ) · 26/11/2009 23:01

    ResponderExcluir